Pilotos do GT Brasil curtem Dia dos Pais inusitado em Interlagos

Veterano Roberto Coruja Amaral promove a estreia da filha na GT3 bem no final de semana dos Dias dos Pais Foto: Ivan Pacheco/Terra

Roberta e Roberto Amaral: Dia dos Pais e de "voar baixo" em Interlagos

Nada de troca de presentes ou almoço em família. Para alguns pilotos do GT Brasil, este domingo de Dia dos Pais será de companhia, mas também de disputa com os filhos. E ao invés de espera nos restaurantes, os envolvidos encararão as filas dos carros da categoria, que terá a décima etapa realizada neste domingo, em Interlagos (SP), a partir das 13h (de Brasília).

No caso de Roberto "Coruja" Amaral, o Dia dos Pais de velocidade será ainda mais inusitado. Afinal, o piloto promove a estreia de sua filha, Roberta Amaral, apenas 21 anos, na categoria GT4. O convite foi feito de surpresa, na sexta-feira, quando a filha, que pilota em categorias menores, estava em Interlagos para participar da GT Training.

"Falei para ela: 'vamos acelerar?' Ela aceitou, mas parecia que não acreditava. Fiquei emocionado", disse Roberto Amaral, que, nos treinos para a primeira corrida, no sábado, fez o tempo menor que o da filha estreante e parceira na equipe Coruja Competições, da Maserati Trofeo. "Ela realmente foi muito bem".

Roberta, porém, não quer saber de rivalidade com o pai. "Foi sorte de principiante. Que pretensão? Daqui a uns 15 anos talvez eu puxe um carro igual meu pai", afirmou. "Sempre tive o sonho de correr junto com ele, desde pequena. E realizar isso logo em Interlagos, nessa baita corrida? Nunca imaginei".

Se na família Amaral o clima é de "paz", na Derani a situação pode ser contrária. Na mesma equipe, mas em carros diferentes, Rafael, atual campeão da GT3, e o pai, Walter, podem disputar posições "voando baixo" em Interlagos com suas Ferraris F 430 em pleno Dia dos Pais.

"É muito difícil, o Rafael é muito mais rápido. Tenho meus limites. Já estou perto de me aposentar. Mas gostamos muito de velocidade. Brigamos, levamos a sério, mas também serve para distrair", disse Walter. Apesar disso, o experiente piloto lembra que superou o filho em um passado recente.

"Já fizemos jogo de equipe, tentei ajudá-lo quando ele disputou o título, mas também tivemos disputas na pista. Em Curitiba, o pessoal falou no rádio que ele estava mais rápido, que tinha que dar lugar para ele, mas falei 'aqui não vai ter moleza não'. Acabei na frente dele", afirmou.

Um dos idealizadores da GT3 do País, Walter se orgulha de não ter apenas um filho com velocidade no sangue. "É uma sensação maravilhosa, a família já tem raízes no automobilismo. Além do Rafael, tem a Daniela, que trabalha na parte de criação da categoria, e o Pipo, que disputa a F3 Alemã (tem apenas 16 anos)".

De forma mais tímida, Rafael também demonstra alegria ao comentar a sensação de disputar uma prova com o pai na data festiva. "É maravilhoso e ainda é mais um tempo que a gente passa junto. Normalmente os pais só almoçam com os filhos no Dia dos Pais, mas a gente passa o dia juntos. Às vezes até briga, disputa lugar na pista", disse.

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